(H. Foscket, encontrado aqui)
(...)
Que eu feche os olhos e me leve o vento!
Que cada dia seja o meu primeiro!
Que eu saiba sempre fazer um veleiro
do banco de jardim onde me sento...
Marés Cheias (Ana Vidal)
Era desejo meu o dos teus abraços de enlace nos meus. Ver-te chegar além do portão aberto, ver-te caminhar, naquele passo compassado, pontapeando as pedras que te surgem, como fazias outrora, quando ainda eras menino e te traziam a ver-me.
Vejo-te chegar e ainda estou na ombreira da porta desde sempre verde. Quando avisto o sorriso e vejo que já me vês, seguro a ponta do vestido e corro para os teus braços, como desde sempre corremos para os braços um do outro. Deixamo-nos cair neles, rodando e rodando, apertando muito para nos sentirmos mais nós. Pegas-me na cintura e rodas-me no ar, como se faz às meninas pequeninas. Olhas-me nos olhos, fecho os braços em cruz e deixo que me abraces tu. Ponho a cabeça debaixo do teu queixo e deixo que os teus beijos me aqueçam e me saciem de tanto tempo longe deles. Penteias-me os cabelos desalinhados e seguras-me no rosto tímido por te olhar. Estás na mesma, o mesmo sorriso, o mesmo olhar, a mesma alegria que me invade quando te olho a medo de te ver. Seguras-me na mão, puxas levemente o meu corpo e levas-me a passear, por entre os campos onde um dia já corremos juntos. Chegamos ao fim do campo que não acaba e sentamos no banco de jardim que nos viu crescer. Onde sempre deitei a cabeça no teu colo, entre gargalhadas e sonhos traídos que viravam lágrimas. Sentas tu e ao teu colo o meu rosto, pousado nas minhas mãos juntas em prece. Abraças-me e de novo olhamos juntos o infinito e o mundo, o campo que não acaba nunca e a nossa eternidade.
Que eu feche os olhos e me leve o vento!
Que cada dia seja o meu primeiro!
Que eu saiba sempre fazer um veleiro
do banco de jardim onde me sento...
Marés Cheias (Ana Vidal)
Era desejo meu o dos teus abraços de enlace nos meus. Ver-te chegar além do portão aberto, ver-te caminhar, naquele passo compassado, pontapeando as pedras que te surgem, como fazias outrora, quando ainda eras menino e te traziam a ver-me.
Vejo-te chegar e ainda estou na ombreira da porta desde sempre verde. Quando avisto o sorriso e vejo que já me vês, seguro a ponta do vestido e corro para os teus braços, como desde sempre corremos para os braços um do outro. Deixamo-nos cair neles, rodando e rodando, apertando muito para nos sentirmos mais nós. Pegas-me na cintura e rodas-me no ar, como se faz às meninas pequeninas. Olhas-me nos olhos, fecho os braços em cruz e deixo que me abraces tu. Ponho a cabeça debaixo do teu queixo e deixo que os teus beijos me aqueçam e me saciem de tanto tempo longe deles. Penteias-me os cabelos desalinhados e seguras-me no rosto tímido por te olhar. Estás na mesma, o mesmo sorriso, o mesmo olhar, a mesma alegria que me invade quando te olho a medo de te ver. Seguras-me na mão, puxas levemente o meu corpo e levas-me a passear, por entre os campos onde um dia já corremos juntos. Chegamos ao fim do campo que não acaba e sentamos no banco de jardim que nos viu crescer. Onde sempre deitei a cabeça no teu colo, entre gargalhadas e sonhos traídos que viravam lágrimas. Sentas tu e ao teu colo o meu rosto, pousado nas minhas mãos juntas em prece. Abraças-me e de novo olhamos juntos o infinito e o mundo, o campo que não acaba nunca e a nossa eternidade.